LE GÉANTS / BOULI LANNERS / BÉLGICA, FRANÇA, LUXEMBURGO,
2011 / 84 MIN.
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No momento de maior desamparo dos três garotos de Os Gigantes, quando seria muito fácil
pedir ajuda, a atitude que o mais jovem toma sedimenta algo que eles ainda não
sabem, mas que talvez os defina pelo resto da vida.
Zack e Seth têm 13 e 17 anos. Deixados sozinhos pela mãe na
casa de veraneio no interior da Bélgica, sabem que não poderão contar com ela
durante as férias. Ela simplesmente não virá. Conhecem então o jovem Dany,
também de 17 anos. Ele é frequentemente espancado pelo irmão mais velho e seus
pais, muito velhos, também parecem ausentes de sua vida.
Os três se juntam e seguem uma marginalidade da inocência. Seus
crimes não vão além de fumar um baseado, invadir uma casa vazia e negociar com
um traficante aproveitador.
Perambulam com um companheirismo sincero, tentando
sobreviver e tendo apenas uns aos outros com quem contar. São, acima de tudo,
sobreviventes. É dessa força de sobrevivência, misturada com a ingenuidade do
fim da infância, que o filme extrai sua poesia, beleza e também rispidez.
Na jornada que atravessam, pressentem (porque são jovens
demais para saber) que o futuro ainda é vasto, que o tempo lhes sopra a favor.
Parte da grande beleza do filme é ver como o mundo os agride repetidas vezes e
mesmo assim são capazes de rir, de seguir adiante sem lamentar o que passou. Não
deixam que a amargura os contamine, porque são jovens e gigantes diante do
tempo.
Mais do que lealdade e amizade, o laço que se constrói entre
eles é de fibra duradoura, de companheirismo e cumplicidade. Passem o que
passarem, permanecerão juntos. Descobrem com o tempo que se bastam. Sabem,
acima de tudo, que não importam as adversidades. Se permanecerem juntos,
sobreviverão.
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