terça-feira, 25 de outubro de 2011

CRÍTICA - Os Gigantes


LE GÉANTS / BOULI LANNERS / BÉLGICA, FRANÇA, LUXEMBURGO, 2011 / 84 MIN.
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No momento de maior desamparo dos três garotos de Os Gigantes, quando seria muito fácil pedir ajuda, a atitude que o mais jovem toma sedimenta algo que eles ainda não sabem, mas que talvez os defina pelo resto da vida.

Zack e Seth têm 13 e 17 anos. Deixados sozinhos pela mãe na casa de veraneio no interior da Bélgica, sabem que não poderão contar com ela durante as férias. Ela simplesmente não virá. Conhecem então o jovem Dany, também de 17 anos. Ele é frequentemente espancado pelo irmão mais velho e seus pais, muito velhos, também parecem ausentes de sua vida.

Os três se juntam e seguem uma marginalidade da inocência. Seus crimes não vão além de fumar um baseado, invadir uma casa vazia e negociar com um traficante aproveitador.

Perambulam com um companheirismo sincero, tentando sobreviver e tendo apenas uns aos outros com quem contar. São, acima de tudo, sobreviventes. É dessa força de sobrevivência, misturada com a ingenuidade do fim da infância, que o filme extrai sua poesia, beleza e também rispidez.

Na jornada que atravessam, pressentem (porque são jovens demais para saber) que o futuro ainda é vasto, que o tempo lhes sopra a favor. Parte da grande beleza do filme é ver como o mundo os agride repetidas vezes e mesmo assim são capazes de rir, de seguir adiante sem lamentar o que passou. Não deixam que a amargura os contamine, porque são jovens e gigantes diante do tempo.

Mais do que lealdade e amizade, o laço que se constrói entre eles é de fibra duradoura, de companheirismo e cumplicidade. Passem o que passarem, permanecerão juntos. Descobrem com o tempo que se bastam. Sabem, acima de tudo, que não importam as adversidades. Se permanecerem juntos, sobreviverão.
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